AdaptaBrasil participa de Oficina do Plano Clima para Agricultura Familiar

Encontro debateu os riscos e impactos das mudanças climáticas na agricultura familiar, além de ações de adaptação e lacunas em conhecimentos e instrumentos de implementação
plano clima

Nos dias 20 e 21 de agosto, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com o suporte do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), realizou uma oficina dedicada ao Plano Clima de Adaptação Setorial da Agricultura Familiar.

O evento, que integra os esforços para a elaboração do Plano Clima para o Brasil, contou com representantes de diversas entidades – como MMA, Contag, GIZ, Condraf, Embrapa, Greenpeace, IPAM, CEBRAP, Instituto Regenera e Coalizão Brasil. 

Segundo a Dra. Karine Rocha, líder de Projeto do setor estratégico de Segurança Alimentar do AdaptaBrasil MCTI e representante da plataforma no evento, muitos dos pequenos e médios produtores familiares dependem de condições climáticas específicas e recursos naturais que estão cada vez mais ameaçados pelas mudanças climáticas. “Esses produtores frequentemente enfrentam limitações financeiras e técnicas que dificultam sua capacidade de adaptação, tornando-os especialmente vulneráveis”, disse Rocha, em entrevista à redação do AdaptaBrasil.

Agricultura familiar e o Plano Clima de Mitigação

Entre os principais debates da oficina, destacou-se a recomendação para a inclusão do setor de agricultura familiar no Plano Clima de Mitigação, com o objetivo de fortalecer as estratégias de enfrentamento às mudanças climáticas para o setor.

Rocha esclarece que a agricultura familiar pode desempenhar um papel significativo na mitigação dos impactos das mudanças climáticas de duas formas principais. 

“Primeiramente, o setor tem um considerável potencial para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) através da adoção de práticas como a agricultura de baixo carbono, técnicas agroecológicas e a recuperação de áreas degradadas. Em segundo lugar, a agricultura familiar pode aumentar o sequestro de carbono no solo e na vegetação ao implementar sistemas de produção baseados em princípios agroecológicos”, salienta. 

Além de sugerir a inclusão da agricultura familiar no Plano Clima de Mitigação, a discussão também destacou que a presença do setor no Plano Clima de Adaptação contribuirá para fortalecer ainda mais suas capacidades e que a integração dessas abordagens reforçará a posição da agricultura familiar como um pilar essencial tanto na mitigação quanto na adaptação às mudanças climáticas, assegurando um suporte mais robusto e coordenado para enfrentar os desafios climáticos.

Por fim, os participantes do debate falaram sobre a importância de incluir a agricultura familiar como um setor estratégico na plataforma AdaptaBrasil para apoiar e orientar os tomadores de decisão na gestão e desenvolvimento de políticas e estratégias de adaptação às mudanças climáticas. 

“A plataforma fornecerá informações e análises que ajudarão a identificar os desafios e as necessidades específicas desse setor ao longo do tempo, contribuindo para a resiliência e a sustentabilidade da agricultura familiar no Brasil”, comenta Dra. Karine Rocha.

*Ainda não há uma previsão para a inclusão do setor estratégico Agricultura Familiar no AdaptaBrasil.