AdaptaBrasil é base para criação de planos de adaptação climática em bacharelado em Gestão Pública da USP

Além de apoiar a formação de futuros gestores públicos, AdaptaBrasil MCTI contribui para o desenvolvimento de plano de adaptação climática para São Vicente/SP
 Apresentação do Plano de Ação Climática para o Município de São Vicente (SP)
Foto: Tadeu Filho

“Ajudar a esclarecer temas-chave relacionados às mudanças climáticas e levar essa agenda para o dia a dia das decisões na gestão pública.” 

Foi com esses objetivos que Sylmara Gonçalves Dias, professora do bacharelado em Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), incluiu o uso da plataforma AdaptaBrasil MCTI no currículo da disciplina Seminários de Gestão Pública I. 

Sylmara, que é pesquisadora nas áreas de Sustentabilidade e Políticas Públicas Ambientais, conta que uma das missões da disciplina é capacitar os alunos a usar ferramentas e informações para a gestão eficaz de políticas ambientais. 

Nesse contexto, o AdaptaBrasil é uma das leituras obrigatórias. Além disso, foi uma das principais ferramentas que embasaram a criação de um Plano de Ação Climática para o Município de São Vicente (SP), resultado do projeto final da primeira turma da disciplina, em 2023.

AdaptaBrasil como ferramenta para apoiar planos de ação climática

O desenvolvimento desse plano aconteceu em diferentes fases, passando pela análise dos dados, visitas em campo na cidade e interações com gestores locais. 

Segundo a professora, o AdaptaBrasil forneceu uma base sólida de dados para apoiar as investigações no campo. Antes e durante as visitas, os estudantes usaram informações da plataforma para guiar as análises, as discussões com gestores locais e a coleta de informações adicionais, enriquecendo a aplicação prática de seus estudos.

“Os alunos usaram o AdaptaBrasil para explorar dados climáticos específicos disponíveis na plataforma. Isso incluiu a exploração de cenários climáticos, vulnerabilidades de diferentes regiões e potenciais ações de mitigação e adaptação. A capacidade de acessar e interpretar esses dados foi crucial para o desenvolvimento do plano e para a capacitação dos estudantes.” 

Além disso, a pesquisadora destaca a importância de uma base de dados sólida para esclarecer a urgência da crise climática e apoiar a tomada de decisão dos gestores públicos. 

“Foi possível fazer um diálogo entre os dados apresentados, a realidade observada e como essas informações influenciam as decisões. Essa análise chamou atenção para a importância de tomar decisões baseadas em dados, em evidências. Nesse sentido, o  AdaptaBrasil é fundamental para conectar os dados à realidade local”, avalia. 

Sylmara comenta ainda que os diferentes eixos do AdaptaBrasil também ajudaram a direcionar os estudos e a criação dos planos de adaptação climática propostos na disciplina, salientando a necessidade de se ter dados específicos para guiar as mudanças necessárias no âmbito local. O que, destaca a professora, o AdaptaBrasil proporciona.

“A plataforma facilita o dimensionamento dos desafios das mudanças climáticas em diversos níveis, possibilitando a implementação prática dessas considerações nas decisões locais”, aponta. “E, para mim, a adaptação climática só pode ocorrer efetivamente no nível local – não tem outra forma. O acesso a informações e dados adequados permite que as ações tomadas localmente estejam alinhadas com uma agenda positiva de adaptação, atendendo às necessidades emergentes. Caso contrário, sem dados para direcionar, muitas políticas públicas podem acabar agravando ainda mais os problemas climáticos”, acrescenta.

Com base na experiência dentro da sala de aula, foi desenvolvido um projeto de pesquisa de quatro anos para a criação de uma base de dados local para impulsionar ações de enfrentamento às mudanças climáticas no município de São Vicente. 

“Nos próximos quatro anos, mergulharemos nos dados do AdaptaBrasil, trabalhando com uma equipe de mais de 40 pesquisadores e em colaboração com oito universidades (três nacionais e cinco internacionais). Juntos, avançaremos na agenda de planejamento para a justiça climática em São Vicente”, celebra.

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