AdaptaBrasil é fonte estratégica para nova meta climática brasileira

Nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que estabelece a meta de redução de 67% nas emissões até 2035, tem a plataforma entre suas principais bases técnicas
AdaptaBrasil é fonte estratégica para nova meta climática brasileira

Durante a COP29 (conferência do clima da ONU), realizada em novembro, em Baku, no Azerbaijão, o Brasil entregou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), destacando o compromisso com o Acordo de Paris e a neutralidade climática até 2050. 

O documento estabelece como meta reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, em comparação aos níveis de 2005. 

Com uma abordagem flexível, o país busca alcançar o percentual mais ambicioso de redução, mas considera possíveis ajustes baseados em mudanças nos cenários econômicos, tecnológicos ou de cooperação internacional. Para fundamentar tecnicamente essa estratégia, o governo utilizou diferentes bases de dados e análises, sendo o AdaptaBrasil uma das principais fontes.

Segundo o coordenador científico da plataforma, Jean Ometto, a menção ao AdaptaBrasil na nova NDC brasileira é um reconhecimento da sua relevância como ferramenta para medidas de adaptação e tomada de decisões climáticas no Brasil. 

Esse reconhecimento, aliás, foi reforçado durante a COP29, onde a plataforma foi citada em diversos eventos e debates. “Inclusive, em um painel do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), o AdaptaBrasil foi destacado como uma ferramenta importante produzida pela ciência brasileira para apoiar as estratégias de adaptação no país”, conta Ometto.

Em Baku, a plataforma também despertou interesse de países da Bacia Amazônica, e houve avanço nos diálogos para capacitar esses países no uso da ferramenta e, no futuro, criar versões personalizadas para a região. O treinamento inicial está previsto para 2025, representando um primeiro passo para expandir a influência do AdaptaBrasil na América Latina e buscar recursos para adaptações regionais.

Nacionalmente, a plataforma, voltada inicialmente para o apoio aos planos de adaptação municipais e federal, ganhou relevância em setores como financeiro, agrícola e empresarial, sendo reconhecida por sua capacidade de calcular riscos climáticos. 

“As parcerias com o governo, academia e iniciativa privada são fundamentais para ajudar o AdaptaBrasil a se tornar uma referência em ações climáticas. A rede de parceiros da plataforma é muito rica, o que dá muita robustez às informações que lá estão”, conclui Jean Ometto.