Reportagem que alerta sobre riscos de desastres relacionados à chuva é embasada por dados do AdaptaBrasil
Uma reportagem publicada pela Agência Pública (agência de jornalismo investigativo) na semana passada destaca a crescente vulnerabilidade das cidades brasileiras diante dos desastres climáticos relacionados às chuvas, como deslizamentos de terra, inundações, enxurradas e alagamentos.
O texto, que faz parte de uma série sobre as eleições, ressalta que, em 2025, 1.641 prefeitos irão tomar posse em municípios com risco alto ou muito alto de impacto por esses eventos. Com cerca de 50% da população sendo afetada, a matéria alerta que a questão climática deve ser um grande desafio da gestão pública.
De acordo com os jornalistas Gabriel Gama e Giovana Girardi, que assinam a matéria, o agravamento das mudanças climáticas impõe aos novos mandatários um desafio extra de gestão. “A forma como planejam administrar suas cidades nos próximos quatro anos vai tornar seus habitantes mais ou menos vulneráveis ou resilientes diante da ocorrência de eventos extremos, que têm se tornando mais comuns e intensos em todo o mundo”, destacam.
Com base em dados do AdaptaBrasil, a reportagem alerta que 66% dos municípios têm baixa capacidade adaptativa para deslizamentos e 78% apresentam a mesma deficiência para inundações.
Além disso, segundo apurou a Pública, os dados da plataforma também indicam vulnerabilidade na gestão pública: 83% dos municípios possuem gestão de risco baixa ou muito baixa para deslizamentos de terra. Em relação a inundações, enxurradas e alagamentos, 78% das cidades (4.374 municípios) têm gestão de risco baixa ou muito baixa.
Em entrevista à Pública, Jean Ometto, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e coordenador científico do AdaptaBrasil, alerta que a crise climática, combinada com uma quase total ausência de atenção para a vulnerabilidade das cidades, tem deixado cada vez mais brasileiros em risco de eventos como a tragédia do Rio Grande do Sul e as queimadas recentes no Pantanal e na Amazônia.
Nesse contexto, Ometto reforça a importância de incluir a variável climática no planejamento urbano, afirmando que o clima atual é diferente do que se vivenciou no passado e que os novos prefeitos precisam adotar medidas que reduzam a vulnerabilidade das populações.
“A chance é muito grande de que eles vão ter de enfrentar essas situações e, para isso, eles têm que olhar o quão vulneráveis estão suas populações e quais são as medidas para que essa vulnerabilidade diminua, para que a capacidade adaptativa aumente”, ressalta.
Leia a reportagem na íntegra aqui.
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